A EDUCAÇÃO FÍSICA NO CONTEXTO ESCOLAR: NOVOS OLHARES, VELHAS PRÁTICAS
Resumo
A Educação Física, desde sua inclusão no currículo escolar, passou por fases
distintas que atenderam a determinações sociopolíticas vigentes em cada momento, podendo citar a fase Higienista, a Militarista, a Pedagogicista, a Competitivista, a Popular e a Crítica Social. Dentre essas fases, destaca-se a Competitivista, que se iniciou justamente na década de 60, e se prolonga até os dias de hoje em nossas escolas. Nesse período de nossa história a ditadura militar domina o cenário nacional de forma avassaladora e seus reflexos no meio educacional foram marcantes, a ponto de influenciar de forma enfática a prática pedagógica de professores e de suas metodologias de ensino. A Educação Física, disciplina do currículo escolar responsável pelo trabalho corporal reproduz essas práticas, por meio de aulas mecânicas e engessadas, não permitindo que os alunos, pelo movimento, possam manifestar suas vivências e refletir sobre elas. O presente trabalho tenta, de forma reflexiva, abordar a década de 60 até o presente e discutir métodos, práticas, pensamentos que permitam que a Educação Física, cinco décadas após o surgimento da fase Competitivista, ainda legitime essa tendência no contexto escolar e na prática de milhares de professores. Segue também o raciocínio expresso em referências e depoimentos que, por causa da impunidade presente em nossa sociedade, talvez professores não se sintam instigados e motivados a manifestar seus
pensamentos e levar os alunos a refletir sobre temas pertinentes à vida cotidiana de sua realidade social, e de que forma eles se apresentam como atores sociais nesse contexto.
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